Entrevista a um membro de um EOS

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Hoje trazemos uma entrevista a um colega da Infantaria de Marinha que é componente de uma Equipa Operativa de Segurança (EOS), esperamos que gostem:
1- Como se pode entrar nos EOS? Quantos existem? Quantos membros os formam?
Hoje em dia depende de haver vaga e do critério que os superiores sigam para que entre um ou outro. Um EOS é formado por 11 pessoas: 1 SGTO, 2 CB1 e o resto soldados/cabos.
2- É necessário passar por um curso ou período de formação para pertencer a um EOS?
Oficialmente não, mas comenta-se que dentro de pouco será necessária uma espécie de capacitação e será solicitado o curso para poder optar a uma vaga em um EOS. Além disso, como sempre, depende dos superiores, se querem fazer algum processo de seleção.
3- Com que frequência se sai para manobras e o que se faz?
Depende do Tercio e de quantos EOS tenha, da independência que a companhia lhe conceda, pessoalmente, saí mais de VIGMAR (vigilância marítima) do que de manobras.
4-É dada muita liberdade em equipamento pessoal ou tem de ser tudo de dotação?
Embora dependa do comando, em geral sim, costuma-se dar bastante liberdade. Há materiais que não podem ser substituídos, uma vez que se te lesionares enquanto usavas outro material que não o que te forneceu a Armada... pode ser um problema.
5-Que material é usado nos EOS?
Material de trabalhos verticais (para transbordo de material, rapel, Fast Rope...) Fuzil G36KV (versão curta), Pistola FN P9, Ametralladoras Browning e minimi de ambos calibres e uma espingarda que se utiliza mais que nada para rebentar fechaduras.
6- Com que frequência se sai em missão, o que se faz em missão? Que tipo de missões costumam fazer os EOS?
As missões são concedidas aos EOS de todos os terços e agrupamentos, mais ou menos sai-se em missão a cada 2 ou 4 anos.
Existem vários tipos de operações, quando saíres em missão podes encontrar de tudo, embora de acordo com a zona de operações e o itinerário a seguir possas ter uma ideia.
As missões são: vigilância marítima, proteção de rotas de tráfego marítimo, proteção de infraestruturas, contra-pirataria, interceptação de armas de destruição maciça. Enquadradas em outros procedimentos estão as ajudas no mar e as operações MIO que costumam ser realizadas onde há algum tipo de embargo a X país, faz-se um trabalho semelhante ao da guarda civil, proíbe-se ou limita-se o tráfego de mercadorias/pessoas em uma área determinada.
7- Como é um dia normal em um EOS?
Desporto de manhã e depois... qualquer coisa, desde teóricas até ir a um navio da Armada para simular um abordo.
8- Que cursos podes fazer estando nos EOS?
Podes pedir os cursos que quiseres, mas os mais valorizados, se não me engano, que são o de atirador de precisão, sanitário e polícia naval.
9- Quando se está em missão, numa fragata, o que se costuma fazer?
Quando não há ordens por parte dos oficiais, dependes do teu Sargento, de alguma forma estás sempre a ser instruído, mas o normal é que se toque algum FPL (nível de proteção de forças) que são uma série de medidas de proteção do navio quando se está em zona potencialmente conflituosa, aqui o que se faz é ocupar postos para proteção do navio, o teu posto pode mudar em função do FPL.
10- Consideras que os EOS são uma unidade operacional?
Claro, obviamente estamos à mercê de sair ou não em missão e do que nos mandam fazer estando em missão, temos um alto grau de formação e conhecimentos para resolver qualquer situação para a qual somos instruídos.
11- Como a EOS está mais no quartel ou fora a fazer manobras e missões
Depende do ano, há algum ano que só fazes 3 vigmar (cerca de 15 dias cada) e outro ano levas 270 dias fora embarcado...
Lemos-vos nos comentários.
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