Entrevista a um membro da UME 👩🏽🚒
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"A operação que mais me impactou foi sem dúvida a Balmis, tanto pela duração, já que estivemos destacados durante mais de um mês, como por todas as vicissitudes que rodearam essa operação."
1. Antes de aceder à UME. Onde estiveste destacado?
Estive em um par de unidades de Cavalaria, em esquadrões de Vec e de Carros de combate. Participei durante esse tempo em duas missões internacionais.
2. Como são os exames de acesso e o processo de admissão?
O primeiro requisito para pertencer à UME é ser militar de qualquer exército (Terra, Marinha, Ar ou Corpos Comuns). Uma vez cumprido o compromisso inicial e/ou o tempo de permanência mínima no destino, podem ser solicitadas as vagas, de acordo com as condições das mesmas, que são publicadas no Boletim Oficial de Defesa (BOD) de forma periódica.
Uma vez solicitadas as vagas, começará um processo de pré-seleção no qual serão avaliados os méritos que possui, e após uma última seleção que se realiza em Toledo, onde são realizados testes físicos, reconhecimento psicofísico e entrevista pessoal, finalizará todo o processo com a atribuição das mesmas.
Posteriormente, todo o pessoal que seja destinado à UME deverá superar o Curso Básico de Emergências de forma obrigatória para consolidar a sua vaga, se assim o estipular a convocatória das vagas.
3. Para entrar na UME, é necessário realizar algum curso específico? Uma vez dentro, continuam a formar-se?
Ao chegar à unidade é obrigatório realizar o Curso Básico de Emergências (CBE). O CBE tem uma fase à distância que dura cerca de 7 meses, durante os quais se adquire uma série de conhecimentos teóricos. No final desta parte teórica realizam-se 6 semanas de formação prática em Toledo. Nessas 6 semanas passam-se por várias fases de instrução abrangendo diferentes matérias como luta contra incêndios, formação sanitária, resgate vertical, inundações… O CBE fornece conhecimentos básicos aos alunos que depois desenvolverão nos seus batalhões.
Mais tarde quando se chega aos batalhões a instrução é contínua e realizam-se múltiplos cursos, alguns deles na área civil.
4. Como é o dia a dia na UME?
O dia começa sempre com uma sessão de educação física. Isto é de grande importância uma vez que a maior parte das intervenções implica um desgaste físico significativo. Após o banho, cada Seção tem normalmente uma instrução individualizada. Por regra geral, cada Companhia / Seção treina para a campanha em que está envolvida, contra incêndios por exemplo na época estival, e também se treina para a seguinte, neste caso por exemplo em inundações que será a próxima campanha em que se entrará. Além disso, a instrução diária também está de acordo com o nível de alerta que essa Seção tiver naquela semana. Assim, se o seu nível de alerta for alto, a instrução será realizada perto da base e tentará que não tenha uma carga física muito elevada para que esse pessoal esteja ao máximo da sua capacidade caso tenha que ser mobilizado em uma intervenção real ao longo desse dia.
5. Dentro da UME, que especialidades existem?
Uma vez destinado na UME, e realizado o Curso Básico de Emergências, começa a fase de especialização. Embora todo o pessoal tenha uma formação em combate a incêndios florestais, atuação perante tempestades invernais ou inundações, existem destinos onde se realiza uma especialização mais concreta através dos cursos que ministra a Escola Militar de Emergências.
6. Tema de férias como é que fazem na UME?
As férias são desfrutadas como nas restantes unidades das Forças Armadas, com a ressalva de que atenderão à especial disponibilidade das unidades da UME em relação às campanhas específicas.
7. Fazem-se muitas manobras na UME? O que costumam praticar nelas?
Costuma-se realizar manobras de companhia antes do início de cada campanha. O normal é que se façam algumas específicas de combate a incêndios, onde se pratica tudo relacionado à intervenção em incêndios florestais e onde se tenta que haja queimadas prescritas para que os exercícios sejam o mais realistas possível. Outras em condições invernais, onde se pratica o movimento em montanha, recuperação de veículos, condução todo-o-terreno, busca e resgate em avalanches… etc. Outras que denominamos multirisco, onde se combinam o resgate aquático, a contenção/bombeamento e princípios do resgate vertical. A este tipo de manobras há que somar as manobras Beta a nível Batalhão, onde normalmente uma das Seções atua como simulação. e é a responsável por preparar diferentes incidentes para que o resto da unidade se instrua nas condições mais reais possível.
10. É mais fácil aceder à UME a partir do ET do que a partir da Armada ou do E.A?
Não existe uma maior facilidade, simplesmente a percentagem de pessoal da UME por exércitos está repartida entre 90% do Exército de Terra, 7% do Exército do Ar e do Espaço, 2% da Armada Espanhola e 1% dos Corpos Comuns.
11. Em quais incêndios, inundações ou outras catástrofes você esteve destacado? Qual foi a que mais te impactou?
A lista seria muito longa, mas para citar as mais conhecidas, as inundações da Dana em Murcia, a operação Balmis e a tempestade Filomena. As duas últimas deste verão seriam os incêndios em Navarra e Aragão. A operação que mais me impactou foi sem dúvida a Balmis, tanto pela duração, já que estivemos desdobrados durante mais de um mês, como por todas as vicissitudes que rodearam essa operação.
12. Como é que se organizam em época de incêndios? Têm que estar sempre perto da base caso tenham que ser desdobrados?
A unidade articula-se em vários níveis de alerta. O primeiro nível seria o pessoal de alerta que pernocta na unidade. Esse pessoal divide-se na equipa de reconhecimento, que é formada por 4 pessoas com o chefe ou 2º chefe de Seção ao comando e um dos dois pelotões da Sc. A equipa de Reconhecimento sai no máximo 15 minutos após receber o aviso, por sua vez o pelotão que está de alerta pernoctando na unidade deve estar saindo com os seus veículos em 1h no máximo desde que recebe o aviso. O 2º pelotão da Sc tem um tempo máximo para estar saindo da base de 2,5h e com ele sairiam a maior parte dos seus apoios como são saúde, Pm, máquinas de engenheiros… etc. A partir desse momento, o habitual é que a maior parte da unidade tenha um tempo de resposta de 3h. Esse tempo máximo que se marca não é para se incorporar à unidade, mas sim para estar saindo já em comboio para a zona de emergência.
13. Como vês o futuro? Vês-te a acabar a tua carreira militar na UME?
Gostaria de continuar na unidade, mas sei que posso voltar a qualquer outra unidade onde continuar a minha vida militar.
14. Se tivesses que dar um conselho a alguém que quisesse entrar na UME, qual seria?
Diria que é uma unidade bonita e gratificante para estar destinado nela, também diria que a disponibilidade que implica estar destinado na UME é muito alta com tudo o que isso envolve, sabe-se quando saímos mas não quando regressamos.
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