Ir para o conteúdo

País

Entrevista a un miembro del EADA

Entrevista a um membro do EADA

"Se sofre mas passa, se és um azarado este não é o teu lugar, é uma unidade exigente...

Antes de mais, lembramos que podem participar nestas entrevistas acedendo ao nosso canal de Discord. Dito isto, deixamos uma breve apresentação do colega do EADA que tivemos o prazer de entrevistar, esperamos que gostem e lemos-vos na seção de comentários.

"Bom dia, espero poder responder às vossas dúvidas da melhor forma possível. A minha carreira militar ao sair da ETESDA, que é a escola do Exército do ar onde passas previamente uma formação geral militar antes de ires para o teu destino, fui diretamente para o EADA (esquadrão de apoio ao desdobramento aéreo). Dito isto, a minha chegada à unidade em 2010 foi dura, como a de qualquer recruta recém-chegado a uma unidade operacional, mas tem sido uma honra servir e aprender ao lado das pessoas com quem me cruzei. Aprendi com todos, colegas da própria unidade, colegas de outras unidades ou exércitos, etc. Realizei 4 desdobramentos no Afeganistão, como operador de Raven (UAV) ajudante de CCT (EQUIPA DE CONTROLO DE COMBATE) o trabalho disto é controlador aéreo mas a pé de pistas, sem torre, equipado e com um rádio, para poder dar passagem a aeronaves como helicópteros ou aviões para o seu pouso em pistas não preparadas. O meu seguinte destacamento foi de AMPT (EQUIPA DE PROTEÇÃO AÉREA MÓVEL) estes encarregam-se da segurança das aeronaves espanholas quando aterrissam em zonas não seguras e o meu último destacamento no Afeganistão foi de CPT (ESCOLTAS VIP) neste caso do Coronel chefe da força do destacamento aéreo.

Minhas seguintes implantações foram na África várias vezes em Libreville e outras tantas no Senegal, ambas como AMPT, a seguinte é a 12 de março e neste caso vamos instruir as forças especiais Senegalesas como CPT e assim até ao dia de hoje.

Tema cursos há muitos, o de paraquedismo básico é obrigatório uma vez que ocupas a vaga de paraquedista e por isso se cobra um complemento, ou seja… se isto te dá medo, este não é o teu lugar, depois tens o curso de paraquedista de abertura manual, já conhecerás as diferenças. Curso HALO/HAHO curso de escolta… e muitos mais como cursos de guia canino tanto de explosivos como de combate.  

 

Começamos agora com as perguntas propostas pelos membros do canal de Discord.


1- Por que escolheste a EADA?

Escolhi o EADA pela proximidade, e porque como muitos de vocês temos a vocação de estar numa unidade operacional, chegar ao nosso limite, etc, Murcia por exemplo fica muito longe para mim e de alguma forma queria continuar dentro do possível com a minha vida

 

2-Como é a instrução inicial do EADA?

Neste assunto não vou entrar muito, é duro, passa-se fome, sede e frio, sofre-se e aprende-se muitas coisas que qualquer militar que se preze deve conhecer.

Aquele que vier à unidade já o descobrirá.

 

3- O que mais te motiva todos os dias a pertencer ao EADA?

Pois a carreira militar, os cursos que tenho, alguns deles só os posso tirar no EADA, motiva-me a ser um bom militar, ver os jovens recrutas e poder ensinar-lhes o que sabemos, para que no dia de amanhã tenhamos pessoas competentes na unidade.

Quero esclarecer algo, sobre os cursos, o único que têm garantido é o paraquedistas automático, depois dependendo do seu destino dentro do esquadrão terá preferência em um ou outro.

 

4- Costuma-se sair muito de manobras?

Sim, constantemente, umas secções mais do que outras. Se a tua especialidade é PFA sim, sai-se muito, além de que se salta à tarde ou à noite dependendo das necessidades das aeronaves que nos lançam para o cumprimento do seu PAB.

 

5- É um bom destino para escalar?

Isso não depende do destino, depende de ti, para a tropa em concreto, se é um bom destino, porque um ano no EADA conta mais do que em outros destinos (sempre que se suba dentro da mesma escala, por exemplo de soldado a cabo), cursos e outras coisas.

Se você quer ascender a suboficial, depende de você... tenho colegas que conseguiram enquanto estavam comigo na seção porque realmente o queriam

 

6- Como costuma ser o dia a dia na Unidade?

A ver, aqui vou falar da minha secção em concreto, embora quase todo o esquadrão trabalhe da mesma forma.

À primeira hora desporto (sem desculpas) se és um azarado vai para outro lugar, depois temos teóricas ou práticas, alguns dias há tiro e senão salto de paraquedas (isto último prima acima de tudo).

 

7- Qual é a forma física perfeita para o EADA?

Esta pergunta… a forma física para o EADA é como a de qualquer soldado que se preze, saudável e desportista, que possa correr, que possa treinar e que possa carregar com o seu equipamento.

 

8- Uma vez passada a academia na ETESDA, que exigência física e mental há para conseguir a boina?

A exigência é muito alta, mas nada impossível, além disso, isto é relativo.
Não a todos custa o mesmo.

 

9- O EADA sai muito em missão?

É a unidade da força aérea que mais sai em missão, agora mesmo temos pessoal destacado na Lituânia, Bulgária, Senegal, Mali além de instrução na Tunísia, Senegal, Cabo Verde, embora isto último não seja considerado missão e costuma durar 4 semanas, as missões no EADA duram 3-4 meses.

 

10- Se eu quero ascender a suboficial, tenho que sair do EADA e depois voltar a entrar passando novamente pela instrução?

Assim é, se volta deve passar novamente pelo período de instrução como suboficial, e é absolutamente diferente, entre outras coisas exige-se dotes de comando.

 

11- O EADA tem membros JTAC ou outras especialidades?

O EADA conta com dois JTAC, JTAC não é uma especialidade, é uma capacitação. 

 

12- Já fizestes manobras conjuntas com SEADA e EZAPAC? Como qualificarias o nível? Dizem que no EZAPAC, por ser acessível a partir da rua, não há tanta profissionalidade.

Esta pergunta, com todo o meu respeito, é uma parvoíce, EZAPAC é uma unidade à qual se deve ter o respeito que merece, ao chegar novo, obviamente, assim como em qualquer outra unidade, és um novato que não percebe nada. Mas EZAPAC obriga-te a passar o seu período de instrução baseado no seu trabalho e missões, não esqueçam que são boinas verdes.
Com o SEADA não trabalhei.

 

13- Nas missões em que participaste, qual dirias que foi a mais perigosa? O que se sente mental e fisicamente diante de uma situação que pode acabar da pior forma?

Bem, esta pergunta vou responder de forma resumida, há missões complicadas, como por exemplo aterrar numa pista não preparada em África e o avião avariar-se, a reparação pode demorar dias e nesse caso és um alvo fácil, o trabalho da AMPT é assim...

 

14- O que sentiste no teu primeiro salto de paraquedas? ¿Com que frequência saltas, continua a impressionar-te?

Pois eu pessoalmente fui pouco consciente, no automático apercebes-te de pouco, na abertura manual é uma maravilha, mas desfrutas a partir do 3º ou 4º salto que estás consciente do que estás a fazer, a sensação pessoalmente é incomparável, cada vez que vejo um avião subo para saltar.

Pois saltamos quase semanalmente, mas é verdade que muitos saltos são cancelados devido ao mau tempo em Zaragoza, o cierzo perdoa pouco. Acostumas-te a saltar, mas continua a impressionar-te.

 

15-Quais são as diferentes seções do EADA?

Uf muitas… vou deixar alguma de certeza:

Seção de Segurança, NBQR, sistemas de proteção (estes são os operadores de UAV), EOD, Seção cinológica, seção mistral (artilharia antiaérea além contra UAS) estes possuem uma seção de mecânicos, seção espada (artilharia antiaérea de longo alcance) esta vai ligada a uma seção de radares aéreos para detectar a ameaça, seção de automóveis, armeros, comunicações, sala de dobragens (de paraquedas automático, abertura manual os dobra o saltador) seção de saúde, Cargas (confeccionam as cargas que vão subir num avião ou se vão ser lançadas, confeccionam a carga com os seus paraquedas para que as lancem de um avião. Seção SMD, estes últimos são os que montam as tendas de despliegue a qualquer lugar que vamos...

 

16-O que mais e o que menos gostas do EADA?

Pois a mim pessoalmente, saltar ou estar numa equipa de atiradores de precisão, também que é uma unidade que não para de melhorar e aprender, as missões NEO que é o resgate de pessoal como viram em Cabul, também o fizemos na Líbia e em alguns outros lugares

O que menos, às vezes o excesso de trabalho mas, é o que há.

 

17- Consideras que para ser um Operador CCT ou qualquer seção operativa do EADA é necessário dedicar todo o tempo a isso, deixando de lado a vida pessoal/social se necessário?

Não, é sacrificado mas não até ao ponto de deixar a tua vida de lado

 

18- Como dirias/classificarias que tem sido a tua passagem no EADA?

Isto é uma opinião pessoal, para mim inigualável, tenho uma boa carreira militar, há pessoas que não pensarão o mesmo.

 

19- Dirias que o equipamento do EADA está antiquado/obsoleto em relação ao equipamento militar atual?

O material do EADA é dos melhores que temos no exército sem dúvida… quando fazes manobras conjuntas, apercebes-te.

 

20- O que se aprende no curso de atirador, é fácil de aceder?

No exército do Ar não existe tal curso, há algum internacional ou a própria seção que se encarrega disso, dá um curso, aprende-se o necessário para fazer um disparo certeiro… 


Como disse, não é um curso e cair na seção de atiradores, não, não é fácil, primeiro tens de ser destinado à seção de segurança e depois, com o tempo, atirar bem, boa forma física...

 

21- Que conselhos darias a quem quer entrar no EADA?

Que se prepare mental e fisicamente, sofre-se mas passa-se, se és um azarado este não é o teu lugar, é uma unidade exigente onde todos devem passar o período de instrução 1 e 2, o 2 é dado nas seções de destino, ensinam-te a utilizar o material diverso, o 2 é puramente técnico e só o fazem quem passou o 1, o que foi dito para entrar na unidade o que faz falta são coragem.

 

Esperamos que tenham gostado e já sabem, se quiserem participar na próxima entrevista entrem no nosso canal de Discord.

Se deseja ingressar nas Academias Militares de Oficiais e Sargentos (tanto na modalidade de Acesso Direto como no Acesso por Promoção) consulte em sermilitar.com o material disponível para preparar o acesso ou visita à loja online compra.sermilitar.com

Material tático em sermilitar.store

Artigo anterior Entrevista a um cadete da AGM
Próximo artigo Entrevista a um Caçador de Montanha

Comentários

Marko - junho 27, 2022

Hola, ¿como se ingresa directamente al EZAPAC?

Roque - fevereiro 21, 2022

No sé si se podrá responder a entrevista pasada pero yo tengo una duda.
Bien hay que pasar un test médico, creo que se llama aeroespacial. Y me gustaría saber si es difícil de pasar, yo uso gafas, y en el caso de no ser apto. Qué es la que ocurría.
Gracias

enrique arevalo - fevereiro 20, 2022

Buen bueno e ilustrativo de su vivencias

Alex - fevereiro 20, 2022

Ha sido de las mejores entrevistas que he visto, ojalá una 2a parte

Deixe um comentário

Os comentários devem ser aprovados antes de aparecerem

* Os campos obrigatórios

Comparar produtos

{"one"=>"Selecione 2 ou 3 itens para comparar", "other"=>"{{ count }} de 3 itens selecionados"}

Selecione o primeiro item para comparar

Selecione o segundo item para comparar

Selecione o terceiro item para comparar

Comparar